
Um livro sobre o que permanece: memórias que seguem aquecendo, mesmo na ausência.
.png)


Dentro do velho vivia um menino
E ele me contava suas traquinagens
sem medo de me dar mau exemplo.
Era como se dissesse:
“Eu também já fui feito de vento,
de barro,
e de riso.”
Desde os seis anos, eu carregava uma dúvida muda,
o luto engasgado.
Como explicar a perda — de repente —
de quem era tudo?
Naquela varanda,
no meio do inverno,
meu pai era sol.
Memória é semente.
E eu resolvi regar as minhas.
Quando tudo corre depressa demais
eu lembro:
brincar também é resistir.



.png)
Sobre a autora
Laura W Azevedo é jornalista e escritora. Cresceu no interior do Rio Grande do Sul, entre quintais, bergamotas e histórias contadas sem pressa. Acredita que a literatura é um lugar de afeto e presença, capaz de guardar memórias como quem preserva sementes.
Bergamotas ao sol é seu primeiro livro, uma ode ao pai e à infância, mas também um convite para que cada leitor descubra, nas próprias lembranças, a doçura e a força de seguir em frente.
.png)

.png)

.png)